A história da educação é um pilar importante para a base de conhecimento de todos os educadores. Mas, mais do que isso, é um conhecimento necessário para qualquer pessoa. Afinal, a educação também é um dos pilares da sociedade humana.
É por meio da educação que aprendemos a maior parte dos conhecimentos necessários ao longo da vida. Desde o mais básico, como ler e escrever, e os fundamentos da vida social, até os saberes mais avançados, como o conhecimento científico e o aprendizado de uma profissão.
No artigo de hoje, vamos conhecer a história da educação no Brasil, e entender sua importância e evolução ao longo do tempo. Boa leitura!
O que você vai encontrar
História da educação no Brasil: como tudo começou
A maioria das pessoas sabe que o Brasil foi descoberto em 1500, por Pedro Álvares Cabral. E o trabalho educacional se iniciou logo depois da descoberta do Brasil, através do trabalho desenvolvido pela Companhia de Jesus, formada por padres Jesuítas.
Os jesuítas vieram ao Brasil com a missão de ensinar e catequizar os indígenas, para que estes se tornassem mais dóceis. Portanto, mais receptivos aos colonizadores europeus, e mais propensos a serem utilizados como mão de obra na colônia.
Outro objetivo dessa empreitada educacional era fazer com que os nativos aceitassem o cristianismo. Então, assim permaneceu por um bom tempo, com os jesuítas alfabetizando os nativos. E fazendo isso por um modelo educacional fortemente religioso, que catequizava enquanto instruía.
Educação jesuíta se tornou modelo educacional para a elite
Com a chegada de cada vez mais europeus no Brasil, a história da educação nacional, ainda com os jesuítas na linha de frente, toma um caminho mais elitista. Pois, aos poucos, o foco da educação deixou de ser os indígenas e mudou para os filhos das famílias abastadas da colônia.
Na época, o pensamento vigente era de que as classes mais pobres não estariam interessadas em educação formal. E nem precisariam dela. Afinal, o país tinha um sistema econômico agrário baseado no trabalho escravo.
Portanto, as classes mais pobres não teriam tempo para pensar em instrução. Logo, a educação seria algo reservado a quem não precisasse trabalhar o dia inteiro no campo para sobreviver. Ou seja, as pessoas mais ricas, como os fazendeiros.
Expulsão dos jesuítas e as aulas régias
A expulsão dos jesuítas durante as reformas pombalinas levou à introdução do ensino secular e público por meio das Aulas Régias. Isso ocorre a partir de 1972, com a implementação de um sistema de educação pública no país.
Com isso, o sistema de ensino se tornou laico, pelo menos em teoria. Pois, o ensino religioso permaneceu nas escolas. Além disso, a escola pública era bem precária e visava apenas a instrução mais básica, preparando os alunos para o trabalho.
Ao mesmo tempo, em que, a elite continuava tendo acesso a uma educação muito melhor, inclusive através de cursos superiores. Já que muitas famílias mandavam seus filhos para estudar fora do Brasil.
Lembrando ainda, que as mulheres estavam excluídas das escolas. Pois, podiam estudar apenas em colégios religiosos, ou eram mandadas para a Europa.
A história da educação no Brasil a partir da chegada da família real
Quando a família real portuguesa se mudou para o Brasil, em 1808, o Brasil avançou culturalmente, no entanto, o acesso educacional permaneceu restrito a elite. E quando a primeira constituição brasileira foi promulgada em 1824, após a independência do Brasil em 1922, apenas a educação primária gratuita era assegurada a todos os cidadãos.
Em paralelo, o governo imperial passou a criar instituições superiores de ensino e garantir o acesso a elas através de escolas secundários. Mas, o objetivo era formar uma classe dirigente. Logo, a maioria das pessoas não participava desses níveis de ensino.
Assim, a história da educação no Brasil se organizou em dois grupos principais, que trazem reflexos sociais até hoje:
- De um lado, as escolas primárias e profissionalizantes, para as classes populares;
- Do outro, as escolas secundárias e as universidades, para as elites que podiam pagar e eram aceitas.
Da república até os dias de hoje
A história da educação no Brasil permaneceu com essa dualidade de ensino após a proclamação da república em 1889. Foi apenas nas primeiras décadas do século XX, especialmente após a Revolução de 1930, que a situação começou a mudar.
O viés ideológico da revolução inspirou muitos educadores a buscarem transformações educacionais. Além disso, o Decreto nº 19.850, de 11 de abril de 1931, criou o Ministério da Educação e as Secretarias de Educação dos estados, um marco da história da educação no Brasil.
E as discussões e movimentos educacionais no Brasil continuaram por décadas, com nomes importantes surgindo no cenário educacional brasileiro após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Por exemplo, Anísio Teixeira e Paulo Freire.
Em paralelo, o estado, durante o governo ditatorial (1964-1989), modificou o modelo das universidades através da Lei nº 5.540/68, e da Lei nº 5.692/71. Dessa forma:
- A universidade assumiu um modelo empresarial;
- O vestibular foi instituído como exame de acesso ao ensino superior;
- O ensino de 1º e 2º graus foi reformulado, com 8 anos para a educação geral, e 4 anos de ensino profissionalizante.
De 1985 aos dias atuais
A partir de 1985 novas mudanças foram instituídas, configurando o atual modelo educacional brasileiro. Por exemplo, com a instituição do ensino fundamental obrigatório e gratuito, dos planos de carreira para o magistério e com o atendimento das crianças pequenas em creches e pré-escolas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, ainda em vigência, consolida o atual modelo educacional brasileiro. E inovações como o ENEM, e o sistema de cotas, ampliaram o acesso público das classes populares a educação superior. Inclusive, com a possibilidade de fazer cursos a distância.
No entanto, não restam dúvidas de que ainda há muito a ser feito para que o sistema de ensino seja realmente igualitário. E com acesso à educação de qualidade para todos, independente da classe social.